Fuja do ácaro: veja verdades e mitos sobre limpeza de travesseiros

O travesseiro tem papel indispensável na vida das pessoas quando se trata de uma noite de sono de qualidade. Afinal, o que seria de uma noite confortável sem ele? Responsável pelo apoio da cabeça e por manter a coluna alinhada durante o sono, melhorando assim, a circulação sanguínea e facilitando os estímulos elétricos enviados pelo cérebro aos demais órgãos do corpo, o travesseiro necessita de alguns cuidados de higiene para que sua vida útil seja mantida.

Porém, poucas pessoas são exigentes com o travesseiro ou desconhecem a importância de algumas precauções. E isso, consequentemente, pode trazer sérios riscos à saúde. Por isso, reunimos algumas dicas para você aprender a manter a qualidade do produto (e de vida). As dicas são da consultora do sono Renata Federighi, da empresa Duoflex.

Mitos e verdades

Não é indicado colocar o travesseiro ao sol

VERDADE. É usual cometer o erro de expor os travesseiros ao sol. O sol é um excelente agente de sanitização superficial, pois os raios-ultravioletas eliminam os micro-organismos da superfície exposta. Por isso, todos nós temos o costume de expor roupas, lençóis e tecidos ao sol, eliminando mofo e odores desagradáveis.

Porém, no caso dos travesseiros, a moradia dos ácaros e micro-organismos não é a superfície, e sim o seu interior. Se o travesseiro for exposto ao sol, ocorre um aquecimento no seu interior, ambiente repleto de umidade, resíduos de pele, gordura e secreções da cabeça. A elevação de temperatura causa aumento acentuado da proliferação de ácaros, fungos e bactérias, além de acelerar a pulverização das fezes e cadáveres de ácaros, elementos altamente alergênicos.

Além disso, a radiação ultravioleta oxida a superfície do material do travesseiro, deixando-a amarelada. Por isso, o ideal é sempre arejar e ventilar o travesseiro, protegido por uma fronha, sempre com luz indireta. Esta medida irá aumentar a saúde e a durabilidade do travesseiro.

Todo travesseiro pode ser lavado

MITO. Apesar de existirem travesseiros que são laváveis, observa-se grande confusão, infinitas dúvidas e muitos enganos sobre como se deve lavar, como secar e até mesmo se é realmente interessante lavar os travesseiros. Em primeiro lugar, observe nas instruções se o travesseiro pode ser lavado e somente o lave se puder garantir a sua secagem completa, já que, por definição, são feitos de materiais fofos, porosos, fibrosos, que absorvem água e umidade como verdadeiras esponjas.

Depois de lavados reterão grande quantidade de umidade no seu interior mesmo quando aparentemente já estão secos (superficialmente). Um teste fácil para comprovar a eficiência da secagem é pesar o travesseiro antes e depois de lavar. As pessoas ficarão espantadas com a diferença de peso, que indica a grande quantidade de água retida no travesseiro.

É importante salientar que, um travesseiro, antes de lavar, é como uma cidade, contendo diversos microorganismos diferentes, cujas quantidades estão em equilíbrio biológico. A lavagem elimina uma parte dos microorganismos, rompendo o equilíbrio, o que faz com que os sobreviventes se multipliquem descontroladamente, mais ainda se a secagem foi incompleta.

O mais indicado é lavar o travesseiro em uma lavanderia

VERDADE. Caso seja necessário lavar, repetimos: só lave o travesseiro se puder garantir sua secagem completa, dê preferência às lavanderias especializadas e exija que sigam estritamente as instruções de lavagem. As máquinas de uso doméstico podem não oferecer o desempenho necessário para sua completa secagem.

O uso de capas é importante para a proteção

VERDADE. É essencial usar capas de proteção, a fim de se evitar maior contaminação de ácaros, fungos e bactérias. O produto encontra-se disponível nos principais magazines e lojas especializadas.

Não é preciso trocar o travesseiro

MITO. Poucas pessoas sabem, mas os travesseiros possuem prazo de validade e precisam de atenção assim como os demais itens do quarto. Médicos e fisioterapeutas recomendam a sua troca a cada dois anos. Isto porque, os travesseiros são uns dos “esconderijos” prediletos de micro-organismos, que se alimentam das secreções que eliminamos durante o sono.

Para se ter uma ideia, com seis meses de uso um travesseiro já contém cerca de 300 mil ácaros, e, após dois anos, até 25% do seu peso é formado por ácaros vivos, mortos e suas fezes. Mesmo um travesseiro com tratamento antiácaro, depois de certo tempo, terá sobre suas fibras internas um grande acúmulo dos dejetos acima citados, o que diminui a eficiência antimicrobiana.

Importância da troca

O ácaro é o principal agente de substâncias causadoras de alergias numa casa. Ácaros, fungos e bactérias causam conjuntivite, eczema, sensação de peito fechado à noite, espirros, coceira nas mãos ou face, corrimento ou bloqueio e até mesmo asma.

Camas, colchões e travesseiros mantêm microclimas cujo grau de calor e umidade são favoráveis ao surgimento de ácaros. Estes poluentes biológicos agridem mais as pessoas alérgicas.

Durante o sono eliminamos secreções pela boca (saliva), ouvidos (cerume), olhos (lágrimas), nariz (coriza), cabelos (seborreia) e pele (suor e pele morta). Some-se a tudo isso às secreções artificiais, tais quais cosméticos, perfumes, tinturas e maquiagem, para avaliarmos a contaminação maciça diária a que são submetidos os travesseiros.

 

Fonte: otempo.com